O que fazemos

O maculelê é uma manifestação cultural de origem afro-brasileira, tradicionalmente apresentada em rodas de capoeira ou eventos culturais. Sua performance é marcada por movimentos enérgicos e ritmados, onde os participantes utilizam grimas ou bastões (normalmente feitos de madeira) que batem entre si em compasso com os toques dos atabaques e cânticos.

 

A apresentação de maculelê envolve passos coreografados, batidas marcadas e expressões corporais intensas, simulando uma dança de combate. Costuma ser realizada em grupo, com formações circulares, e é carregada de simbolismo ancestral, remetendo à resistência, força e união do povo negro escravizado.

​

É comum que os dançarinos usem trajes estilizados, inspirados nas tradições africanas ou indígenas, o que reforça ainda mais o caráter cultural e histórico da apresentação. O maculelê encanta pelo seu ritmo vibrante, energia contagiante e forte presença cênica, sendo uma das expressões mais emocionantes dentro do universo da capoeira.

A Puxada de Rede é uma manifestação cultural brasileira que une dança, teatro e música, tradicionalmente apresentada em rodas de capoeira e eventos culturais. Inspirada no cotidiano dos pescadores, ela dramatiza o momento da pesca no mar, retratando a relação do povo com a natureza, o trabalho coletivo e as histórias das comunidades litorâneas.

 

A apresentação geralmente começa com um canto narrativo, conhecido como “lamento”, que anuncia a partida dos pescadores para o mar. Em seguida, os participantes encenam a puxada das redes, utilizando gestos amplos e sincronizados, acompanhados por cânticos e instrumentos como atabaque e pandeiro. Um dos momentos mais marcantes é quando um pescador é simbolicamente "perdido no mar" e depois reencontrado ou homenageado, trazendo à cena elementos de emoção, fé e resistência.

 

A Puxada de Rede é uma expressão rica em simbologia e identidade, que reforça os valores da coletividade, do trabalho digno e da preservação das tradições populares, sendo uma das apresentações mais belas e emocionantes dentro da capoeira.

O samba de roda é uma das expressões culturais mais tradicionais e celebradas dentro das rodas de capoeira. Originado na Bahia, especialmente no Recôncavo Baiano, o samba de roda mistura dança, música e canto, sendo uma forma de celebração coletiva marcada pelo improviso, pela ginga e pela ancestralidade afro-brasileira.

​

Nas rodas de capoeira, o samba de roda costuma acontecer ao final dos treinos ou apresentações, funcionando como um momento de descontração, integração e exaltação à cultura. Ao som de instrumentos como pandeiro, atabaque e berimbau, os participantes se revezam no centro da roda dançando com liberdade e expressão própria, muitas vezes com passos rápidos, movimentos de quadril e olhares desafiadores ou brincalhões.

​

É uma dança de raiz, onde o corpo comunica alegria, resistência e pertencimento. O samba de roda fortalece o sentimento de comunidade e mantém viva a herança africana, sendo um elemento essencial na preservação da identidade cultural dentro da capoeira.

A dança afro é uma expressão artística de origem africana que carrega em seus movimentos a força ancestral, a espiritualidade e a conexão com a natureza e os orixás. Presente em muitas rodas de capoeira e eventos culturais, a dança afro é usada como uma forma de resgate e valorização da cultura negra, promovendo identidade, resistência e pertencimento.

​

Caracteriza-se por movimentos amplos, intensos e ritmados, que trabalham o corpo de forma integrada com o som dos tambores e cantos tradicionais. Cada gesto tem um significado simbólico e expressa sentimentos como alegria, força, luta, fé e celebração.

​

Dentro da capoeira, a dança afro é utilizada como ferramenta pedagógica e cultural, fortalecendo os vínculos com as raízes africanas e ampliando o repertório corporal dos praticantes. Sua prática contribui para a formação crítica e sensível dos alunos, além de enaltecer a história, a memória e a estética da cultura afro-brasileira.

A percussão é um elemento fundamental na capoeira e nas manifestações culturais afro-brasileiras, pois é ela quem marca o ritmo, conduz a energia e dá vida às expressões corporais e musicais. Presente nas rodas, aulas e apresentações, a percussão envolve instrumentos como o atabaque, pandeiro, agogô, reco-reco e o berimbau, sendo este último o símbolo maior da capoeira.

​

Mais do que acompanhamento musical, a percussão é uma linguagem que conecta os participantes, estimulando a concentração, a escuta ativa, a coordenação motora e o senso coletivo. Nas rodas, o toque define o tipo de jogo, dita o ritmo das danças (como maculelê, samba de roda e puxada de rede) e cria uma atmosfera de respeito e ancestralidade.

​

No contexto pedagógico e social, o ensino da percussão fortalece a autoestima, disciplina e expressão cultural dos alunos, sendo uma ferramenta poderosa de inclusão, pertencimento e valorização da cultura afro-brasileira. Através da percussão, o corpo se expressa, a história é contada e a tradição é mantida viva.